Vamos começar a semana do vicio dos carros a falar de um
modelo icónico vindo da terra dos croissants, das baguetes e da moda, vamos
falar de um carro que se fosse chamado de barco não seria nada estranho, um carro
que foi concebido para transportar pessoas, um farnel de pic-nic, e um cesto com
ovos através de um campo lavrado sem danificar nada. Vamos falar do Citroen 2cv.
Falar-vos do 2cv e quase como rezar a missa ao padre, todos vocês
conhecem perfeitamente o 2cv, é um barco em que da gosto andar. Tenho muitas histórias
passadas com um bom amigo num carro destes, momentos de brincadeira que ficaram
para sempre na minha memória, e certamente muitos de vocês terão também grandes
histórias com estes modelos.
Digamos que não era um carro rápido, muitos dos seus donos
quando questionados pela velocidade deste modelo diziam que ele fazia dos 0 aos
100 em aproximadamente um dia, no entanto este modelo concebido pela Citroen nunca
foi feito para ser rápido. Idealizado
pelo Vice- Presidente da Citroen, Paul Boulanger, para ajudar a motorizar o
grande número de agricultores que ainda utilizam cavalos e carroças em 1930 na
França, o 2CV é conhecido pela sua combinação de engenharia inovadora,
minimalista e utilitária, carroçaria de metal simples o 2CV tinha um custo de
aquisição muito baixo, cerca de metade do preço de um vw carocha. Fabricado em
França, entre 1948 e 1989 (os seus dois últimos anos em Portugal 1989-1990),
mais de 3,8 milhões de 2CVs foram produzidos, juntamente com mais de 1,2 milhões
de pequenas vans de entrega baseadas no 2CV conhecidos como Fourgonnettes. A Citroen,
em última análise ofereceu uma série de variantes idênticos mecanicamente
incluindo o Ami (mais de 1,8 milhões) a Dyane (mais de 1,4 milhões) o Acadiane
(mais de 250.000) e o Mehari (mais de 140.000 ). No total, a Citroën fabricou
mais de 8,8 milhões de carros que tem como base o 2cv.
Outra das características únicas deste modelo é a quantidade
de versões que este modelo teve, muitas delas perfeitas desconhecidas da
maioria de vocês, mas nos por ca gostamos mesmo e disso versões únicas. Entre elas
encontram-se as versões cabrio e coupé desenvolvidas sobre a base do 2cv.
A primeira de que vos quero falar e a versão Radar, desenvolvida
por Robert Radar, era um corpo de fibra de vidro sobre o chassi de um 2CV. Em
1956 Robert Radar construiu alguns protótipos na sua garagem Citroen em Liège,
na Bélgica. a Citroen Bélgica estava entusiasmada com este modelo e decidiu
produzi-lo como um Citroen 2CV oficial. Fabricaram cerca de 50 e acrescentaram
o modelo chamado 2CV "Radar" ao seu catálogo, mas em 1958 e 1959,
apenas 25 foram vendidos e produção cessou.
Outro destes modelos mais excêntricos foi o pequeno UMAP. A
sigla significa UMAP Usine Moderne d'Aplicações Plastiques. A UMAP produziu o
SM 425 e SM 500 a partir de 1957, dois coupés externamente idênticos com base
no Citroen 2CV. Em 1958, a produção foi descontinuada.
Outro destes fantásticos 2CV unicos foi o Sahara, com tração nas quatro rodas este carro era equipado com dois motores (12 cv cada), cada um com um tanque de combustível separado. Um foi montado na frente impulsionando a frente e um na parte de trás para as rodas traseiras. Uma única alavanca de velocidades, pedal de embreagem e acelerador estavam ligados a ambos os motores. Era originalmente destinado a ser utilizado pelas colônias francesas no norte de africa. Entre 1958 e 1971, a Citroen construiu 694 Saharas, mas apenas 27 são conhecidos como existentes hoje. A velocidade máxima era de 65 km/h com um motor, mas aumentava até 105 km/h, com ambos os motores em funcionamento.
Para alem desta quantidade de modelos únicos. existem também pela internet grandes 2cv desenvolvidos nos dias de hoje por entusiastas com looks mais próximos do s dias de hoje, bem como restauros feitos a medida de cada um. Esta imensa quantidade de projetos com base no 2cv fala por si, este modelo da citroen presta-se a ser modificado com bom gosto. E é por isto que considero que este modelo da Citroen um ícone era um carro versátil, fácil de conduzir, com um a mecânica brilhante sem ser exageradamente complicada, enfim era um carro feito para o povo, e como disse anteriormente, normalmente estes carros feitos para o povo eram bem acolhidos pelo povo.
Acho que nos dias de hoje as marcas deveriam pensar um pouco mais como a Citroen fez neste carro, nos não precisamos de tantas bijuterias, precisamos de carros como este, carros que eram feitos para nos locomover, e não para nos deixar na estrada.
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros.
Sem comentários:
Enviar um comentário