terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Lendas do padock-Peugeot 405 T16

Hoje nas lendas do padock, escolhi falar sobre um carro que fez historia numa corrida pensada para veículos de todo terreno. Foi um dos carros com que mais brinquei na minha infância e será certamente dai esta minha fixação neste modelo da Peugeot.
Era mais ou menos por esta altura que na minha infância se começava a falar sobre o Dakar, a mítica corrida que ligava Paris a Dakar, pelo meio ficavam longas etapas no deserto, percorridas a velocidades dignas de registo. É sobre um carro que correu no Dakar que vos quero falar hoje, hoje vamos falar do Peugeot 405 T16.

Este 405 era tao próximo do 405 de serie, como o vinho esta da água. Este modelo embora se assemelhe a um 405 coupé, na verdade é construído em torno da mecânica do 205 t16 de grupo B, neste caso adaptado para o Dakar, ou seja com suspensões preparadas para andar muito depressa fora da estrada, no entanto também teve uma outra versão, a de Pikes Peak, mais próxima dos rallys, versão esta que também vez um brilharete, nos anos que por la andou.

Em termos mecânicos este carro quer na versão do Dakar quer na versão de Pikes Peak pouca coisa mudava, exceção feita aos apêndices aerodinâmicos. O motor continuava montado em posição central, era um 1900, com 16V, e um sistema turbo, capaz de produzir na versão grand raid, próximo dos 400cv@7800 rpm, e na versão Pikes Peak mais um bocadinho, em Pikes Peak a potência da central nuclear era aumentada para 540cv@8500rpm, passados para o chão através de um sistema de tração integral com diferencial central eletrónico.








O 405 começou a sua carreira no Paris-Dakar em 1988. Foram inscritos dois carros um para Ari Vatanen e outro para Henri Pescarolo. Vatanen assume a liderança da corrida desde o início, ou 1 de Janeiro se preferirem, para nunca mais deixá-lo até 18, e mesmo assim perdeu o Dakar, e por pouco não perdeu o carro. Na verdade, na manhã da última etapa a equipe percebe que o 405 de Ari Vatanen foi roubado da frota de veículos durante a noite. Foram feitos todos os esforços para encontrar o carro no entanto não foi possível recuperar o 405 a tempo. O 405 é encontrado numa lixeira por perto, mas Infelizmente, os comissários colocaram Vatanen fora da corrida por atraso na ordem de largada.

Apesar deste mau início do 405, esta seria a única vez que ele não ganhou a prova em que este carro estava inscrito. Posteriormente, Ari Vatanen ganhou os 4 próximo rali-raids com o 405, ou seja, o Rally da Tunísia, o Rally do Atlas, Rally dos Faraós e a Baja Aragon. Mas é em Pikes Peak na corrida lendária nos Estados Unidos, que o 405 Turbo 16 fez o nome. No ano anterior a peugeot tinha visto o 205 T16 falhar por segundos atrás Rörhl e Quattro S1. A hora da vingança tinha chegado para a Peugeot, com direito a record e tudo, oferecido por Vatanen e Kankkunen, em parte graças ao sistema de tração integral deste carro.

















Em 89 o ano começa como o anterior, com o Paris-Dakar. Desta vez é a Ickx e Vatanen que confiam os 405 Turbo 16. Os dois pilotos já ganharam o Dakar, são dois dos melhores pilotos do mundo, e o duelo é fantástico, o finlandês e o belga levaram 405 ao seu máximo, às vezes até mais além. Apos alguns incidentes Jean Todt, chefe da Peugeot sport, decide que seria o finlandês a cruzar a meta em primeiro para acabar com as rivalidades internas que levaram a que estes dois pilotos conduzissem o 405 como balas atraves do deserto. Todas as corridas seguintes seriam novamente vencidas pelo 405, e novamente em Pikes Peak.

O ano de 90 será o último para a Peugeot no Dakar, novamente com a vitória no Dakar, mais uma vez Vatanen, para não variar.

Este leão deixou claramente uma grande marca na história do desporto motorizado, e em vésperas de ano novo, era inevitável recordar este carro, especialmente nesta altura em que o Dakar esta para arrancar, embora nos nosso dias já não seja o mesmo Dakar…..

É com este post que encerro este ano no que toca ao Vicio dos Carros, foi uma excelente viagem, com todos vocês com companhia. Quero desejar a todos um bom ano, bem regado de felicidade e muitos bons momentos.


Feliz ano novo para todos.

 

Helder Teixeira, no Vicio dos carros















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