quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Criadores de sonhos-Ghia

Hoje nos criadores de sonhos vamos falar de uma marca que se centrou sempre no estilo e no design, falo da carrozeria Ghia.
O seus fundadores foram Giacinto Ghia e Gariglio que fundadram a Carrozzeria Ghia & Gariglio, em Turim.

Desde cedo a Ghia ao contrário de outras marcas de design do país da bota, nunca se interessou muito em ser uma marca de design industrializado, mas sim um criador de design puro e duro, centrando o seu trabalho na criaçao de modelos únicos ou de produção muito limitada.
Dos seus desings pré-guerra o mais conhecidos é o Fiat 508 Ballilla sports coupé, introduzido no Concours de Turim em 1933, embora pelas suas mãos tenham passado projectos para a Chrysler e outros modelos Lancia, Fiat, Isotta e Alfa também.


Durante a 2ª Guerra Mundial, tudo foi arruinado. Giacinto Ghia ficou profundamente afetado pela perda, foram evacuados para os arredores de Turim, ele tinha acabado de voltar para supervisionar a reconstrução de sua fábrica quando ficou subitamente doente e morreu em 21 de fevereiro de 1944. A viúva de Ghia ofereceu os remanescentes da empresa para bons amigos: Giorgio Albert e Felice Mario Boano.
No início dos anos 50 a Ghia e Chrysler fizeram varios acordos de no que toca a parcerias de design e Boano, contratou aquele que seria um dos mais importantes nomes para esta casa no que toca a prcerias das quais resultaram brilhantes automóveis, Luigi Segre.
Apos divergências entre Boano e o seu engenheiro-chefe e designer nascido em Nápoles, Luigi Segre, Boano deixou a empresa em 1953, a qual passou para a posse de Segre em 1954. Sob a liderança de Luigi Segre, a década entre 1953 e 1963 viu muitas empresas estrangeiras a render-se ao dos projetos Ghia, tais como Ford com o Lincoln Futura concept car, Volkswagen com o fabuloso Karmann Ghia, um dos poucos alemães que eu aprecio, e a Volvo com o Volvo P1800. A Chrysler e o seu criador Virgil Exner tornaram-se parceiros durante perto de 15 anos, resultando em dezoito Chrysler Ghia Specials (1951-53), o K-310, o Chrysler Norseman, as limousines Crown Imperial (Jackie Kennedy, Nelson Rockefeller, entre outras celebridades tiveram um), e outros. Há mesmo alguns Ferrari com carrocerias Ghia.



























 A ligação com a  Chrysler terminou apos a morte de Segre, e a propriedade da empresa foi mudando de mãos ate Alejandro de Tomaso a ter comprado.
Antes disso Ghia já tinha construído os órgãos do DeTomaso Vallelunga. Em 1965, o cargo de chefe de design foi oferecido a Giorgio Giugiaro. Houve um curto período, quando parecia que Ghia iria projetar o face lift do AC Cobra. Isso não aconteceu. E assim sendo De Tomaso contratou a Ghia para projetar um novo carro desportivo com motor traseiro: seria chamado Mangusta, o inimigo mortal dos Cobra, quer no mundo animal quer no mundo automóvel.
Em 1967, De Tomaso assumiu o controlo da empresa. O Mangusta entrou em produção em 1968. O corpo/chassis era concluído na Ghia, o motor foi montado em Modena na De Tomaso. Giugiaro, que atuava agora como um free-lancer criou a ItalDesign.
A Ghia estava focada na DeTomaso e outros exóticos italianos como o Iso Rivolta S4, Serenissima etc.


















Em agosto de 1969, Lee Iacoocca, então a gerir a Ford visitou a Ghia. Um acordo foi anunciado, a Ghia iria construir uma série de protótipos para Ford, como mostra de carros e veículos especiais. As dificuldades financeiras na De Tomaso surgiram quando um dos homens que o apoiavam morreu num acidente. De Tomaso vendeu a maior parte de suas ações para a Ford em 1970. O projeto De Tomaso Pantera, que começou um ano antes, estava a todo vapor. A Ghia desenhou o modelo de luxo DeTomaso, chamado Deauville também.


A partir dos anos 70 com a Ghia, nas mãos da Ford, foram desenhos alguns one-offs, mas a marca perdeu a maior parte de seu carisma. Nos anos 90 houve numerosos protótipos baseados em modelos Ford, que nunca se materializaram: Focus, 1992, Aston Martin Lagonda Vignale, 1993, Vivace de 1994, Ford Saetta de 1996 - que se tornou mais tarde no Ford Streetka e outros

 Hoje a Ghia é um estúdio de design virtual em Turim e um nível de acabamento de vários modelos da Ford em todo o mundo. E assim acaba esta história de uma grande casa de design que enquanto se manteve como outsider da indústria massificada fez coisas brilhantes, mas que nas mãos de quem não entende o design pelo simples design praticamente não fez mais nada de relevante. A isto se chama matar o sonho, e os modelos Ghia eram pura e simplesmente carros de sonho.

Helder Teixeira, no Vicio dos Carros

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