Hoje nos criadores de sonhos vamos falar de uma marca que se
centrou sempre no estilo e no design,
falo da carrozeria Ghia.
O seus fundadores foram Giacinto Ghia e Gariglio que
fundadram a Carrozzeria Ghia & Gariglio, em Turim.
Desde cedo a Ghia ao contrário de outras marcas de design do
país da bota, nunca se interessou muito em ser uma marca de design
industrializado, mas sim um criador de design puro e duro, centrando o seu
trabalho na criaçao de modelos únicos ou de produção muito limitada.
Dos seus desings pré-guerra o mais conhecidos é o Fiat 508
Ballilla sports coupé, introduzido no Concours de Turim em 1933, embora pelas
suas mãos tenham passado projectos para a Chrysler e outros modelos Lancia,
Fiat, Isotta e Alfa também.
Durante a 2ª Guerra Mundial, tudo foi arruinado. Giacinto
Ghia ficou profundamente afetado pela perda, foram evacuados para os arredores
de Turim, ele tinha acabado de voltar para supervisionar a reconstrução de sua
fábrica quando ficou subitamente doente e morreu em 21 de fevereiro de 1944. A
viúva de Ghia ofereceu os remanescentes da empresa para bons amigos: Giorgio
Albert e Felice Mario Boano.
No início dos anos 50 a Ghia e Chrysler fizeram varios
acordos de no que toca a parcerias de design
e Boano, contratou aquele que seria um dos mais importantes nomes para esta casa
no que toca a prcerias das quais resultaram brilhantes automóveis, Luigi Segre.
Apos divergências entre Boano e o seu engenheiro-chefe e designer nascido em Nápoles, Luigi
Segre, Boano deixou a empresa em 1953, a qual passou para a posse de Segre em
1954. Sob a liderança de Luigi Segre, a década entre 1953 e 1963 viu muitas empresas
estrangeiras a render-se ao dos projetos Ghia, tais como Ford com o Lincoln
Futura concept car, Volkswagen com o fabuloso Karmann Ghia, um dos poucos alemães
que eu aprecio, e a Volvo com o Volvo P1800. A Chrysler e o seu criador Virgil
Exner tornaram-se parceiros durante perto de 15 anos, resultando em dezoito
Chrysler Ghia Specials (1951-53), o K-310, o Chrysler Norseman, as limousines
Crown Imperial (Jackie Kennedy, Nelson Rockefeller, entre outras celebridades
tiveram um), e outros. Há mesmo alguns Ferrari com carrocerias Ghia.
A ligação com a Chrysler terminou apos a morte de Segre, e a propriedade da empresa foi mudando de mãos ate Alejandro de Tomaso a ter comprado.
Antes disso Ghia já tinha construído os órgãos do DeTomaso
Vallelunga. Em 1965, o cargo de chefe de design
foi oferecido a Giorgio Giugiaro. Houve um curto período, quando parecia que
Ghia iria projetar o face lift do AC Cobra. Isso não aconteceu. E assim sendo
De Tomaso contratou a Ghia para projetar um novo carro desportivo com motor
traseiro: seria chamado Mangusta, o inimigo mortal dos Cobra, quer no mundo
animal quer no mundo automóvel.
Em 1967, De Tomaso assumiu o controlo da empresa. O Mangusta
entrou em produção em 1968. O corpo/chassis era concluído na Ghia, o motor foi
montado em Modena na De Tomaso. Giugiaro, que atuava agora como um free-lancer
criou a ItalDesign.
A Ghia estava focada na DeTomaso e outros exóticos italianos
como o Iso Rivolta S4, Serenissima etc.
Em agosto de 1969, Lee Iacoocca, então a gerir a Ford visitou
a Ghia. Um acordo foi anunciado, a Ghia iria construir uma série de protótipos
para Ford, como mostra de carros e veículos especiais. As dificuldades
financeiras na De Tomaso surgiram quando um dos homens que o apoiavam morreu num
acidente. De Tomaso vendeu a maior parte de suas ações para a Ford em 1970. O
projeto De Tomaso Pantera, que começou um ano antes, estava a todo vapor. A
Ghia desenhou o modelo de luxo DeTomaso, chamado Deauville também.
A partir dos anos 70 com a Ghia, nas mãos da Ford, foram
desenhos alguns one-offs, mas a marca perdeu a maior parte de seu carisma. Nos
anos 90 houve numerosos protótipos baseados em modelos Ford, que nunca se
materializaram: Focus, 1992, Aston Martin Lagonda Vignale, 1993, Vivace de
1994, Ford Saetta de 1996 - que se tornou mais tarde no Ford Streetka e outros
Hoje a Ghia é um estúdio de design virtual em Turim e um nível de acabamento de vários modelos da Ford em todo o mundo. E assim acaba esta história de uma grande casa de design que enquanto se manteve como outsider da indústria massificada fez coisas brilhantes, mas que nas mãos de quem não entende o design pelo simples design praticamente não fez mais nada de relevante. A isto se chama matar o sonho, e os modelos Ghia eram pura e simplesmente carros de sonho.
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros
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