Hoje nos ícones vamos falar de cultura JDM. Hoje vou
falar-vos de um modelo japonês que certamente todos vocês conhecem, um modelo
que nos anos 80 revolucionou a forma de olhar para os desportivos compactos. Estou
a falar do Honda CRX.
Nascido em 83 como uma versão desportiva do Honda Ballade, o
irmão do Triumph Acclaim, o Honda Ballade CR-X deu inicio ao que seria um caso
de imenso sucesso na lista de modelos da Honda.Esta versão era mais curta e com
uma estica completamente radical, em relação a versão que lhe da origem.

E esta
lufada de ar fresco apanhou o mercado de surpresa quer no japão, quer nos
restantes mercados de exportação. Era baixo com linhas desportivas, com
performances a condizer e ainda assim conseguia ser relativamente económico. Ora
estas características fizeram furor entre os mais jovens era um verdadeiro
desportivo que podia ser usado e abusado, e foi exatamente isto que os
entusiastas fizeram.
Estruturalmente, o CRX era mais curto que o Ballade, a
distância entre eixos encurtada para 2.200 milímetros, e um novo corpo coupe. O
CRX no entanto não era muito mais leve do que o modelo que lhe da origem, mas a
linha do teto mais baixa e a aerodinâmica de todo o desenho do carro, especialmente
a secção do tejadilho e traseira, contribuíram para uma melhor aerodinâmica. O
CR-X teve quase 25% a menos de área total de arrasto do que o sedan Ballade.
No Japão, o CR-X foi oferecido com uma escolha de dois
motores SOHC, de 4 cilindros todo em alumínio. Embora semelhantes em
deslocamento para os motores da linha Ballade que estava de saída, os novos
motores foram amplamente reformulados, com furos um bloco mais curto e mais
leve, e a mais recente edição de 12 válvulas da cabeça do motor CVCC da Honda,
com duas válvulas de admissão, uma válvula de admissão auxiliar, e uma válvula
de escape por cilindro.
.jpg)
O CR-X 1.3 usava o motor de 1342cc, com carburador, motor
EV, fazendo 80cv e 111Nm de torque. O 1.5i CR-X tinha a versão EW, um motor com
um curso mais longo dando uma cubicagem de 1488cc e injeção de combustível
PGM-FI da Honda, produzindo 110cv e 136Nm de torque. Ambos os motores foram
ligados a uma caixa de cinco velocidades, o 1.5i também incluiu uma suspensão
mais dura e travões ventilados dianteiros. A Honda afirmou que o CR-X 1.3
poderia ir de 0-100 km/h em um pouco menos de 12 segundos, o 1.5i em menos de 9
segundos, desempenho respeitável para a época.
Um terceiro modelo juntou-se ao line-up no final de 1984, o CR-X
Si. O Si foi alimentado pelo novo motor 1590cc, Motor ZC, uma nova cabeça do
motor não CVCC, era um motor DOHC com quatro válvulas por cilindro. O CR-X Si
tinha também uma injeção eletrónica PGM-FI, dando 135cv e 151Nm de torque. Embora
com o motor mais pesado e equipamento extra adicionado cerca de 60 kg em
comparação com o 1.5i CRX, o poder adicionado fez o CRX Si um performer muito
mais potente. A Honda afirmava que o novo modelo era capaz de 0-100 km/h em 8
segundos e uma velocidade máxima de 203 km/h.

Em 86 este pequeno desportivo recebeu o seu primeiro
facelift, as mudanças mais visíveis, para o CRX foram a adoção de faróis de
embutir, e um novo pára-choques dianteiro. O CRX Europeu tem a maioria das mesmas
atualizações como o carro Japonês, mas agora era oferecido somente num único
nível de acabamento comparável ao japonês CRX Si. Agora CRX 1.6i 16v, o carro
europeu usou o motor DOHC ZC, com 125cv e 139Nm de torque.
Este 1.6i 16v pesava menos de 900 kg, o resultado foi de
0-100 km/h em menos de 8 segundos e uma velocidade máxima de cerca de 200 km/h,
não muito longe da reivindicação da Honda.
Em 87 estreia aquele que é o CRX que nos mais recordamos, a
sua segunda geração. A segunda geração do Honda CRX estreou-se com o resto da
linha do civic da quarta geração em setembro de 1987. O novo CRX parecia-se
muito com o seu antecessor, mas era um pouco maior, com mais área envidraçada e
melhor aerodinâmica, o estilo manteve-se mas nesta geração foi mais refinado
tornando este modelo, que já de si era bonito, num carro capaz de partir os pescoços
de incautos transeuntes, pasmados com o carro que se cruzava com eles.

Os motores do anterior CRX foram ambos abandonados em favor
do novo 1.493cc da série de quatro cilindros, que tinha o mesmo bloco básico do
motor twin-cam ZC, mas uma única árvore de cames e quatro válvulas por
cilindro. A versão duplo carburador deste 16 válvulas era padrão no CRX, fazendo 105 cv e 129 Nm de torque com transmissão manual. O
CRX Si usou mais uma vez o motor twin-cam, agora ostentando ratings
líquidos de 130cv e 144 Nm de torque.
.jpg)
O Mk2 CRX teve uma reformulação meio do ciclo, no outono de
1990, incluindo um corpo mais forte e um pouco mais pesado, novos pára-choques,
e um painel de instrumentos revisto. A grande novidade, no entanto, foi a
disponibilidade de um novo sistema de comando de válvulas variável chamado
VTEC. Hoje o comando de válvulas variável é comum, mas foi uma grande notícia
quando a Honda anunciou pela primeira vez para o Integra, em abril de 1989.
Derivado de experiência de corrida na F1 da Honda, o VTEC utilizava um conjunto
extra de válvulas que só abriam consoante a rotação do motor. Com efeito, isto
permitiu há Honda combinar os efeitos de uma cam relativamente leve para condução
em baixa velocidade com uma cam de longa duração, mais explosiva para o tipo de
poder high-end normalmente associado a motores de corrida. O motor VTEC tornou-se
disponível no CRX Europeu em 1990, completando o ainda disponível 1.6i-16v. O
novo CRX 1.6i-VTec agora fazia 150 cv e 144 Nm de torque.
.jpg)
Honda reivindicou uma
velocidade máxima de 222 km/h e 0-100 km\h em cerca de 7 segundos, produzindo
um ronco descomunal característico deste modelo da Honda.
Depois deste modelo a Honda decidiu trocar a filosofia do
CRX, e em vez de fazer um corredor puro-sangue para as massas, decidiu produzir
um carro de cabeleireira que andava depressa. Esta foi para mim a versão final
daquilo que era o conceito do CRX, e que canto do cisne que este foi, todos nos
recordamos o barulho de um VTEC a acelerar, aquele ronco profundo parece vir
das entranhas de um dragão cuspidor de fogo capaz de dizimar tudo a sua
passagem.
Um verdadeiro ícone que reformulou o conceito de desportivo
nos anos 80 e 90.
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros
Sem comentários:
Enviar um comentário